A Respiração como Indicador Precoce do Alzheimer
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Pesquisas revelam que a frequência respiratória pode ser um novo sinal para a detecção precoce da doença.

Introdução
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva caracterizada pela perda de neurônios, levando a déficits cognitivos como esquecimentos, desorientação e dificuldades na comunicação. Pesquisadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, descobriram que padrões respiratórios podem estar diretamente ligados à progressão da doença, abrindo novas possibilidades para diagnósticos precoces.
A Relação entre Respiração e Alzheimer
A pesquisa sugere que o Alzheimer pode estar relacionado a uma nutrição inadequada do cérebro devido a falhas no sistema vascular. Segundo a professora Aneta Stefanovska, a cooperação entre os vasos sanguíneos e os neurônios desempenha um papel essencial na manutenção da saúde cerebral. Qualquer desequilíbrio nesse sistema pode afetar a oxigenação do cérebro e, consequentemente, impactar sua funcionalidade.
Descobertas do Estudo
Os pesquisadores analisaram a oxigenação cerebral, a frequência cardíaca e os padrões respiratórios de indivíduos com e sem Alzheimer. Entre os achados mais relevantes, destacam-se:
- Frequência respiratória elevada: Pacientes com Alzheimer apresentaram, em média, 17 respirações por minuto, enquanto pessoas saudáveis registraram cerca de 13 respirações por minuto.
- Alterações na vascularização cerebral: O estudo indica que mudanças na conexão entre os vasos sanguíneos e os tecidos nervosos podem comprometer o fornecimento de oxigênio ao cérebro.
- Inflamação cerebral: A frequência respiratória elevada pode estar relacionada a processos inflamatórios, sugerindo um novo alvo para prevenção e tratamento.
Implicações para o Diagnóstico e Tratamento
A descoberta de que a respiração pode refletir alterações neurológicas no Alzheimer é revolucionária. Se validada por mais pesquisas, essa informação pode levar ao desenvolvimento de testes não invasivos para identificar a doença em estágios iniciais. Além disso, abre portas para novas abordagens terapêuticas focadas na regulação da função respiratória e vascular.
Conclusão
A relação entre padrões respiratórios e Alzheimer representa um avanço significativo na compreensão da doença. A possibilidade de detectar sinais precoces por meio da respiração pode transformar a forma como o Alzheimer é diagnosticado e tratado, oferecendo novas perspectivas para a medicina preventiva e a qualidade de vida dos pacientes.
Referências: Juliane Bjerkan, Bernard Meglič, Gemma Lancaster, Jan Kobal, Peter V E McClintock, Trevor J Crawford, Aneta Stefanovska, Neurovascular phase coherence is altered in Alzheimer’s disease, Brain Communications, Volume 7, Issue 1, 2025, fcaf007, https://doi.org/10.1093/braincomms/fcaf007